Premiados com Nobel da Paz pedem fim do muro da Coreia


Recentemente, os premiados com o Nobel da Paz pediram à comunidade internacional, em um foro internacional realizado para comemorar os 20 anos da queda do Muro de Berlim (símbolo do fim da guerra fria entre Oriente e Ocidente) que derrubasse todos os muros que ameaçam a paz e contrariam o humanitarismo. Eles vêem com apreensão o muro de concreto que atravessa a Península Coreana no Oriente.
“A existência do muro acentua o fato de que atualmente a Península Coreana constitui um latente foco de guerra que ameaça a paz e a segurança do mundo”, lembra, acrescentando que “deve-se derrubar, sem mais demora, o muro, que causa desgraças e injustiças a nação coreana e coloca a Península Coreana em permanente estado de enfrentamento e conflito.

Na terra há incontáveis muros e construções militares, grandes e pequenas, mas nenhuma delas divide em duas parte um território pátrio e nem promove o enfrentamento entre conterrâneos como faz o muro na Península Coreana. E ameaça a paz e a segurança dessa península e do mundo como é reconhecido pela sociedade internacional.

Quem construiu o muro

O muro existe há mais de 30 anos. Naquele tempo se registrava uma virada dramática no movimento de reunificação da nação coreana. Em 1972, pela primeira vez após a divisão, começaram as negociações políticas Norte-Sul. Abrindo-se a porta paras as conversações, se publicou a Declaração Conjunta de Quatro de julho, cujo conteúdo principal estava baseado em três princípios: independência, reunificação pacífica e a grande unidade nacional, com o qual se manifestou com ardor a reunificação da nação coreana mais do que nunca.

O fato não agradou os Estados Unidos que queriam consolidar o sistema de dominação sobre a Coreia do Sul e, com isso, estabelecer domínio sobre toda a Coreia. E instigaram as autoridades sul-coreanas, em 1973, a publicar a “declaração especial de 23 de junho” para revogar unilateralmente a declaração conjunta Norte-Sul e iniciar, em 1977, a construção de um muro, reunindo uma quantidade enorme de material e mão de obra para dividir fisicamente o Norte e o Sul.

Como resultado, na área sul da Península Coreana, se levantou, ao largo da linha de demarcação militar, uma muralha com mais de 240 quilômetros de extensão, que tem servido de símbolo de divisão nacional e confrontação entre o Norte e o Sul durante mais de 30 anos.

A construção divide 122 povos e oito municípios e corta completamente três linhas férreas, quatro rios e mais de 220 rodovias. O curso da água dos rios foi suspenso, os animais selvagens que circulavam livremente nas duas regiões – norte e sul – se vêem privados de seu habitat, gravemente destruído.

O muro não é apenas um obstáculo físico. De cinco a oito metros de altura, com 10 a 19 metros de largura na parte inferior, e de três a sete metros na parte superior, com a face norte vertical ligeiramente inclinada, o muro tem diversas armas pesadas, assim como, a intervalos de certa distância, possui portões de ferro com interruptor automático para deixar a grande coluna mover rapidamente, onde atrás estão tanques, carros blindados e outros equipamentos bélicos. Isso significa que o muro é uma grande estrutura militar, concebida e construída para operações de ataque ao Norte. Na realidade, ele serve as tropas estadunidenses e sul-coreanas para perpetrar a maioria das provocações militares contra o Norte.

Com informações da Embaixada da República Popular Democrática da Coreia no Brasil

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